Hoje fui para Prenzlauerberg, a vizinhança antes alternativa e hoje cheia de lojinhas e bares super descolados, como este, onde tomei um café.... bom, isso dentro dos parâmetros de Berlin... em toda ex Berlin oriental existe uma antipatia generalizada contra as reformas dos prédios, especulação imobiliária, carros, lojas caras.... a ordem do dia é faça você mesmo, recicle, ocupe, viva com pouco, seja anti consumo, seja anti-cool.
Fui descendo em direção ao Mitte... como ainda é visível as duas Berlins, mesmo 20 anos depois da queda do muro!
Este é um dos inúmeros prédios "ocupados", caindo aos pedaços, mas resistindo bravamente, na contra corrente dos prédios de vidro, modernos e higienizados. Ao lado dele, uma grua, elemento onipresente na cidade, representando o "pogresso", a valorização do metro quadrado, os aluguéis caros, as boutiques famosas, os estrangeiros com dinheiro. O povo do lado de cá chia, criando movimentos tipo Save Berlin, tentando criar soluções para manter a atmosfera criativa, vibrante e principalmente, lutando para preservar a cidade como uma das mais baratas para se viver aqui, na Europa.
Berlin costuma receber mais ou menos com braços abertos os outsiders do mundo, como o artista Charlie Isoe, que vive viajando, dormindo nas ruas ou em prédios ocupados pelas cidades onde passa. O interessante é ter visto o trabalho dele numa galeria super "chique" bem no bairro mais pescoçudo, onde todo mundo usa calça skiny e óculos de aro grosso, a Circle Culture Galerie, "urban fine arts"... Galeria descolex ou squats no centro da cidade... aqui a gente fica o tempo todo em contato com essa galera que vive o lado B da vida... e dá pra ficar pensando como o nosso cotidiano é confortável e enquadradinho.
Bom, para terminar, uma exposição genial, uma mostra só de aberturas de filmes!
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