ah... hoje foi o último dia de café da manhã na cozinha, com pão caseiro com mel da Paula, olhando o jardim e as árvores que foram perdendo as folhas dia depois de dia. Amanhã de manhã não vou tomar um cafezito que "avança" com o Gustavo, nem ouvir o bom dia eletrizante do Ruy, nem vou ver correria atrás da mochila, da touca e do tênis do Pedro, nem ver a carinha linda da Bia e nem vamos conversar as conversas bobas e boas de comadres...
vou sentir falta dos meus aposentos reais e de todas as mil coisas que começamos a fazer e que planejamos fazer...
o meu dia terminou assim, com quase 3 horas de atraso do vôo para Madrid. Um por do sol gelado em Malpensa, um sanduíche no Panino Giusto do aeroporto com um copinho de vinho, depois embarcar na nova e apertadíssima low cost Vueling...
e chegar no maravilhoso aeroporto de Barajas, com sinalização perfeita, que me fez chegar sem nenhum problema ao metrô, fazer todas as trocas de estação sem titubear, andar um quarteirão e chegar na espelunquinha familiar de 28 euros por dia bem no coração da cidade. Sim, eu estava morrendo de medo, mas aqui até que é bem limpinho, não tem pulgas e a infernet é free!
o tema é Out There: Architecture Beyond Building
em pauta o futuro, habitação, ecologia, desenvolvimento sustentável, consumo e especulação...
legal ver as diferenças entre os pavilhões de cada país... e também muito interessante ver o jeito de expor os trabalhos... muito conceito e quase nenhuma maquete ou projeto... os pavilhões da bienal e o maravilhoso arsenal foram ocupados por instalações que mais parecem arte ou manifestos políticos. 
Saí de lá pensando como os arquitetos têm criado verdadeiras intervenções artísticas, usando a linguagem de instalações.... qual é o verdadeiro sentido disso para a arquitetura? Nas palavras do curador da Biernal Aaron Betsky, a arquitetura é mais do que uma simples edificação. "Ela é uma arte crítica, que pode envolver muito mais nosso pensamento. A arquitetura deveria ser mais do que um caixote construído". Pois bem!
